Às vezes um pouco chega para que o desalento nos caia em cima. Uma resposta inesperada, um certo olhar, um daqueles sorrisos que dão vontade de pedir explicações, um encontro falhado, uma promessa não comprida, e depois ainda o estafermo da cortesia à lusitana, que obriga a intróito demorado com interesse pela saúde dos meninos, da esposa, a previsão do tempo, agora com as novidades do vírus e da vacina, felizmente estão todos bem lá em casa.
De facto um pouco chega para estragar o dia, cala-se no íntimo a vontade rogar daquelas pragas aliviadores, o que neste tempo de #metoo só se pode fazer em pensamento, porque até já o praguejar desinfectam.
Perdoe quem lê, que eu devia deixar a irritação intramuros, mas há mesmo daqueles dias sem paciência para ter escrúpulos no que respeita a escolha da válvula de escape, e eu tenho esta à mão, para ser sincero tanto se me dá como se me deu, nem a mim próprio faço promessa de melhoria, porque isto não tem cura, e como disse atrás às vezes um pouco chega para que o desalento nos caia em cima.