"… um espírito critico e democrático, acompanhado da beleza da pedagogia – saber e ter vontade de ensinar. Uma parte dos cientistas perdeu ou nunca teve este dom: esconde-se atrás da dificuldade de comunicação própria, apontando o dedo à ignorância alheia, explicam que as vacinas são para tomar porque o “povo é ignorante, o assunto não é para o facebook” e foram aprovados “pela Agência…”.
Este obscurantismo, mandar os outros tomar algo sem explicar, repousando na Autoridade institucional, é cada vez mais posto em causa e não é por acaso que os movimentos anti-vacinas crescem exponencialmente em países com mais educação e em sectores sociais com mais qualificação. Na Alemanha, onde estou, são gigantes e têm a adesão de muitos médicos (e não são das medicinas alternativas só). Não os quero aqui debater. Sou a favor de vacinas, mas sei que todas têm perigos. E que viver é um risco. Como é um risco ter doenças. Nada tem risco zero – ao contrário da intensa propaganda que tem sido feita desde Março, a vida não é um dado seguro, tem riscos, que devem ser medidos. Assim o é com as vacinas, seus polémicos adjuvantes, e com esta também, que usa uma tecnologia inédita. As perguntas que fazem as pessoas sobre as vacinas têm todo o direito de ser colocadas, e quem está do outro lado tem o dever de responder a elas em vez de lançar um “tomam porque nós sabemos”. Deus morreu, há muito."
Raquel Varela, aqui.
PS. Faça um favor a si mesmo: leia o texto inteiro, pois vale muito a pena. E rara benesse: se a tem abalará a sua confiança.