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Embora não o seja
de todos, é conhecida a verdade de mesmo Deus, o Todo-Poderoso, ter lutado em
vão contra a estupidez, e há também prova do seu insucesso na melhoria do
sectarismo e da malícia dos que argumentam com
deturpações, mentiras e entorses a razão que se atribuem.
Tirante os
mentalmente débeis, os mais talvez até o façam sem maldade, nem real interesse
em contradizer ou contrapor, mas somente para que, pelos fugidios “três
minutos de fama” ou de atenção,
alguém oiça o seu berro, e assim confirme que não são apenas um NIF, mas
cidadãos conscientes dos seus deveres e, sobretudo, da obrigação que sentem de
em todas as circunstâncias e, como costumam dizer, a custo dos maiores
sacrifícios, “defenderem os altos valores da democracia” e o sacrossanto bem da
liberdade de expressão.
É doloroso, mas
também divertido, constatar que nos seus acessos de paixão os NIFes, além de
perderem a memória se tornam vesgos, vêem preto onde está branco, espumam pelos
beiços um ódio rançoso, fazem promessas do género “nunca mais vou ler uma
página deste fdp”, o que não atesta uma decisão, mas lhes serve para ocultar a
falta de princípios, de maneiras civis, e a deficiência do seu alfabetismo.
Recentemente,
tenho sido incomodado por esse tipo de gente, e até por aqueles que, embora de
boas intenções, mostram dificuldade em aceitar que haja quem não se sinta
obrigado a um comportamento ortodoxo.
Para com os
primeiros não tenho paciência nem me merecem respeito, tão-pouco devo
explicações seja a quem for, mas aos bem intencionados quero repetir o que
noutro lugar afirmei: nada tenho a ver com quem me lê, não lhes devo coisa nenhuma, tão-pouco me
interessa o seu favor ou desfavor, ou que suponham poder-me associar com quem
lhes apeteça. Não pertenço, não me filio, não tiro proveito. Sou livre e ajo
com liberdade, nenhum interesse material, político, económico, social ou outro
tem poder para coartar a minha liberdade.
E quem não respeita a minha liberdade, pouca consideração tem pela sua
própria.
De modo que se nas recentes eleições holandesas votei num candidato da
extrema-direita, bem pode ser que nas próximas, se a consciência mo ditar, vote
num do centro, da extrema-esquerda, no mesmo Wilders, ou no que me pareça
corresponder melhor aos meus sentimentos.
Incomodam-se alguns com esta minha liberdade? Pelo que leio e oiço parece
que sim, mas a meu entender isso apenas dá prova de que todas as liberdades são
iguais, mas, infelizmente, umas são mais livres do que outras.
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publicado na DOMINGO CM
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