domingo, novembro 10

A guerra tem modas

 

Que o mundo está constantemente à beira da catástrofe não é novidade. Pelo menos no que a mim respeita, pois desde que ganhei entendimento, até ao noticiário desta manhã, já ouvi essa profecia um mais que cansativo e desmesurado número de vezes. Todavia, se num longínquo antigamente se lutava a pé, a cavalo, corpo-a-corpo, à mocada, depois a ferro e fogo, na versão actual nem a bomba atómica assusta o suficiente. Profetizam os que se  dizem ao corrente do segredo, que será também com dilúvios gerados pelo inimigo, idem furacões, fomes, terramotos, epidemias, maleitas tão bizarras que ultrapassam o que agora somos capazes de imaginar.

Mesmo assim continuará a haver balas e bombardeiros, granadas, tanques, artilharia, pois são indispensáveis para que a indústria funcione, dê lucro. Idem com o resto do material. Por exemplo o bizarro drone, que de repente apareceu e, coisa de nada, ainda atarantados com o nome, e de boca aberta para capacidade do aparato, já ele passava de curioso brinquedo a arma supersónica. Sem demora e mais que certo, outro ultrapassará esse.

Entretanto sofre e morre gente, inescapável efeito colateral, mas nada que por estarmos longe nos tire o sono. Menos ainda aos que se divertem a ser estrategas e “especialistas” da guerra. Em tempos há muito idos, já os avôs desses explicavam à mesa do café, às vezes desdobrando um mapa para que os simples compreendessem, que táctica estavam a escolher “os nossos”, e de que modo iria ser totalmente derrotado o inimigo. Tempos há muito idos, de facto, e então também simples, porque os “especialistas” que agora se mostram na TV, além de jurarem saber tudo de tácticas, garantem estar ao corrente de intenções e segredos que só conhecem os íntimos dos senhores no poder.

 

 

 

sábado, novembro 9

"Narcisista e vaidoso"

 

“É possível usar a democracia contra a democracia. É provavelmente o que Trump fará ou tentará fazer. É o que fazem ou fizeram Bolsonaro, Berlusconi, Orban, Maduro e Netanyahu. É o que fazem os “ditadores eleitos” de África, da Ásia e da América Latina, em países com instituições fracas. 

Identificar a democracia com a esquerda e estas com a bondade e a humanidade é o mais miserável erro de pensamento político que se pode imaginar. Impede de pensar e de compreender. Dispensa a argumentação. Quem assim se comporta ajuda as autocracias de todo o mundo. Estimula as direitas.  

Trump é narcisista e vaidoso. Boçal e ordinário. Autoritário a caprichoso. Ameaça a democracia. Promete comportamentos odiosos com alguns imigrantes, certos estrangeiros, parte das mulheres, uns tantos intelectuais e bom número de artistas. Tudo isso é certo e provável. Mas não deixa de ser eleito pela democracia, com a ajuda das forças democráticas, apoiado em instituições democráticas e ao abrigo de uma Constituição democrática. Trump não foi eleito por fascistas, robots, extraterrestres e fantasmas. Foi eleito por milhões de americanos de todas as cores e feitios, de todos os sexos, de todas as profissões, de todas as regiões e de todos os credos. Era bom que os europeus e as esquerdas percebessem que foi eleito pelo povo americano.”Aqui

 

 

 

sexta-feira, novembro 8

"Nunca vão perceber"

 

 

https://observador.pt/opiniao/trump-eles-nunca-vao-perceber/

quinta-feira, novembro 7

Kamala Harris ?


 

Onde vais almoçar?

 

"Os dados continuam desoladores. Segundo o Eurostat, e com números referentes a 2023, Portugal é o 13º país da UE com a maior taxa de risco de pobreza e exclusão social. Esta taxa, no valor de 20,1%, mantém-se face a 2022, mas com o aumento efectivo de 20 mil pessoas. Ao todo, mais de 2 milhões de habitantes em Portugal continuam a viver nesta situação de vulnerabilidade. Pior, cerca de 12% da população empregada vive com rendimentos abaixo do limiar da pobreza; em Portugal, ter emprego não garante que se consiga escapar à pobreza." Aqui

quarta-feira, novembro 6

Tarde e mal é um destino

 

https://www.scielo.br/j/alea/a/TFfknZsfdD85y7J6xQMC3Yf/?lang=pt

Eleições nos EUA

 

Parabéns aos "desprezíveis" de Hillary Clinton.

domingo, novembro 3

Valerá a pena ?

 

“Tudo vale a pena. Se a alma não é pequena”. Longe de mim pôr-me a filosofar sobre a justeza da  afirmação de Fernando Pessoa, pois além da escassez de ciência, sou pouco ou nada inclinado a explorar questões esotéricas.

Dá-se também que, com os vagares e o peso dos muitos anos que carrego, no meu dia-a-dia o tempo não sobra. De modo costumeiro resume-se, muito moderadamente, a meia hora de passeio, ajudar no ramerrão doméstico, manter o vício da leitura, e seguir na televisão o que me querem impingir ser, pura e dura, a realidade do que acontece no mundo.

Porém, meia verdade, mentira inteira, talvez sim talvez não, manipulação desavergonhada, ou só metade dela, torna-se cansativo assistir ao espectáculo e, em simultâneo, não conseguir evitar um constante sentimento de desconfiança, por vezes nojo, tão descarada é a falsidade, ou a arrogância de apresentar como testemunho verídico um transparente “embrulho”.

É provável que o desejo de impor uma “verdade” se tenha logo manifestado entre os da segunda geração que Eva pariu. Todavia, até recentemente, os incontáveis milhões que desde esse momento vieram ao mundo com razoável sanidade mental, só em desvairadas fantasias poderiam concluir que a realidade não é a que é, mas a que alguém, ou alguns com suficiente poder, decidirem que seja. Artificial, super inteligente, e à vontade do freguês.

Só que o dito não é para aqui chamado, esse “à vontade do freguês” é modo de dizer, pois já não há  freguês no sentido corrente. Nem sequer loja, mas estádios plenos de multidão entusiasmada, gritando e saltando ao mando do deejay, esquecida que é rebanho, e terminada a música, as luzes, o foguetório,  a espera o chicote e a mordaça.