Que o mundo está constantemente à beira da catástrofe não é novidade. Pelo menos no que a mim respeita, pois desde que ganhei entendimento, até ao noticiário desta manhã, já ouvi essa profecia um mais que cansativo e desmesurado número de vezes. Todavia, se num longínquo antigamente se lutava a pé, a cavalo, corpo-a-corpo, à mocada, depois a ferro e fogo, na versão actual nem a bomba atómica assusta o suficiente. Profetizam os que se dizem ao corrente do segredo, que será também com dilúvios gerados pelo inimigo, idem furacões, fomes, terramotos, epidemias, maleitas tão bizarras que ultrapassam o que agora somos capazes de imaginar.
Mesmo assim continuará a haver balas e bombardeiros, granadas, tanques, artilharia, pois são indispensáveis para que a indústria funcione, dê lucro. Idem com o resto do material. Por exemplo o bizarro drone, que de repente apareceu e, coisa de nada, ainda atarantados com o nome, e de boca aberta para capacidade do aparato, já ele passava de curioso brinquedo a arma supersónica. Sem demora e mais que certo, outro ultrapassará esse.
Entretanto sofre e morre gente, inescapável efeito colateral, mas nada que por estarmos longe nos tire o sono. Menos ainda aos que se divertem a ser estrategas e “especialistas” da guerra. Em tempos há muito idos, já os avôs desses explicavam à mesa do café, às vezes desdobrando um mapa para que os simples compreendessem, que táctica estavam a escolher “os nossos”, e de que modo iria ser totalmente derrotado o inimigo. Tempos há muito idos, de facto, e então também simples, porque os “especialistas” que agora se mostram na TV, além de jurarem saber tudo de tácticas, garantem estar ao corrente de intenções e segredos que só conhecem os íntimos dos senhores no poder.