Este nosso é um mundo de Maradonas e grandes vultos. Desmaiam os fanático da bola ao ver passar o caixão do defunto, e se o dito foi grande vulto põem-se as bandeiras a meia haste, correm os prosélitos à enciclopédia em busca de estafados ditirambos e comparações.
Fico eu, que brevemente com ele lidei em Paris no começo dos anos sessenta, a recordar não as minhas impressões de então – porque ainda tinha muito que aprender – mas a dos que já o conheciam há algum tempo, e se não lho diziam na cara era por gentileza, ouviam-no com sorridente paciência, mas quando na sua ausência se lhe referiam era sempre pelo apelido brincalhão "O gaita de foles". Mal podiam eles adivinhar que se a ascensão não seria de cometa, talvez até nem calculada, de certeza foi a de quem conhece bem o terreno que pisa e as coordenadas que deve seguir a caminho da subida para o nosso diminuto Olimpo.
Nada a censurar. E que os fanáticos dos Maradonas desmaiem por tão pouco, também aceito. É o mundo em que vivemos e nossa a culpa de que bitola seja tão baixa.