domingo, novembro 30

Kalinin K-7

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Por motivo que agora não vem ao caso, ando a escrever sobre os Flying Fortress, os poderosos bombardeiros Boeing B-17 usados para destruir as cidades alemãs ao findar a Segunda Guerra Mundial.
Procurando aqui e ali dei com este monstro russo, o Kalinin K-7, também ele fortaleza voadora. Fabricado em 1933, era o maior avião anterior à era do jacto, mas por defeito de fabrico fez apenas dois voos.

sábado, novembro 29

Lembrete

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"A politician needs the ability to foretell what is going to happen tomorrow, next week, next month, and next year. And to have the ability afterwards to explain why it didn't happen." - Winston Churchill.

(Um político necessita de possuir a capacidade de pressagiar o que vai acontecer amanhã, na próxima semana, no próximo mês, no próximo ano. E ter depois a capacidade de explicar porque é que isso não aconteceu.)
 

sexta-feira, novembro 28

Os alfinetes

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Definham as palavras e as expressões com o andar do tempo, nos actos nada muda. Ao entregar à esposa, bem contado o dinheiro para a despesa doméstica, o marido doutras eras  acrescentava uns tostões, explicando que era "para os alfinetes".
"Para os alfinetes" era também o gracioso eufemismo para dinheiros de corrupção, num tempo em que o verbo locupletar dava à ladroagem uma aura de dignidade.
Refiro estas expressões antigas porque de momento me ocupam demasiadas coisas que não compreendo, e de certeza teria dificuldade em compreender, mesmo se mas trocassem em miúdos.
Será que li bem que o banqueiro Salgado recebeu uma prenda de catorze milhões de euros? Uma prenda? Há prendas desse montante? Terá sido para os alfinetes da madame?
O ex-primeiro ministro parece que manipulou uns vinte milhões,  deu nas vistas pela ostentação, vai preso para que evitar que rasgue papelada comprometedora. O banqueiro desviou uns quanto mil milhões, deposita três, e fica confortavelmente em casa, com a possibilidade de rasgar o que lhe apetecer. Quem compreende?
Claro que haverá explicação para a discrepância, e eu, cidadão, bem gostava que me pusessem ao corrente. Como também gostaria que os que jubilam com o infortúnio dum e doutro, porque infortúnio é, e a ninguém se deseja semelhante opróbio nem queda de tão alto, conhecessem e pensassem no que John Bradford (1510-1555) disse, ao ver passar um grupo de presos a caminho da forca: "There, but for the grace o God, go I" (Não fosse a graça de Deus, ia eu ali).

quinta-feira, novembro 27

A História


"… a História é uma lição moral. Nos vícios e nas virtudes, nos erros e nos acertos, na perversidade e na nobreza dos indivíduos que foram, há um exemplo excelente. Na sabedoria ou na loucura dos actos políticos e administrativos passados, há um meio de prevenir e encaminhar a direcção dos actos futuros. A História é, nesse sentido, a grande mestra da vida.
Se os vícios, os erros, o crime e a loucura predominam sobre as virtudes, os acertos, a nobreza e a sabedoria dos homens, como sem dúvida predominam, iremos por isso condenar a História por perniciosa? Não, decerto. Apresentar crua e realmente a verdade é o melhor modo de educar, se reconhecemos no homem uma fibra íntima de aspirações ideais e justas, sempre viva, embora mais ou menos obliterada. Conhecer-se a si próprio foi, desde a mais remota Antiguidade, a principal condição da virtude."
………
in  História de Portugal – Oliveira Martins

quarta-feira, novembro 26

Será?


Será possível que eu, há muito desesperado da melhoria da Pátria, vislumbre uma luzinha de esperança?
Será possível que, algumas vezes injustamente tratado pelo fisco, me veja a desejar  prosperidade e continuação de bom trabalho à Autoridade Tributária e Aduaneira?
Será possível que haja em Portugal mais juízes incorruptos do que geralmente , e com razão bastante, se pensa?
Será possível que, nos escassos anos que me restam, me seja ainda dado viver no Portugal com que  sempre sonhei?

domingo, novembro 23

À espera (5A)



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É triste o júbilo dos que apontam o dedo. Triste é também a cegueira dos crentes, que vêem êxitos e melhorias onde só houve bancarrota e miséria. Vergonhosa a atitude dos pobres de espírito que julgam chegada a hora do ajuste de contas e afiam as navalhas, nós a ganhar, eles a perder. Doloroso momento para aqueles que só se sentem vivos quando se espelham em heróis, estrelas e campeões.
Talvez o povo português mereça as figuras que o governam, as camarilhas de lacaios, e tenha descido tão baixo na sua auto-estima a ponto de aceitar que haja nele "donos disto tudo", e espere milagres.
Esses, porém, só em Fátima acontecem. Numa sociedade não há milagres, já nem sequer revoluções: só pequeninos passos que dão réstias de esperança de que um dia o país deixe de ser a mina de ouro de uns quantos, e venha a ser de todos.