sábado, maio 23

A minha liberdade


A mim, que pelo gosto de viver, curiosidade nata, fascínio do desconhecido e disposição de carácter sempre atraiu correr riscos, pagando o preço que isso exige, vem agora o mundo - a começar pelos vizinhos, os amigos bem intencionados, seguidos pelos peritos de várias especialidades e as polícias necessárias para manter o rebanho bem encurralado – avisar que me proteja, não corra riscos nem os faça correr aos outros, e se teimar em desobedecer toda essa boa gente nem vai perder tempo a apontar-me o dedo, treinada como está no uso das apps logo a vizinhança, a cidade, o país e o mundo ficarão ao corrente da minha teimosa desobediência.
Que fique em casa calado, quieto, cobarde e amedrontado, querem eles. Mas não vai ser assim, não. Ignoro que valor dão à sua, mas a minha liberdade não tem preço.