Dentro do possível esforço-me por evitar a avalanche de informações, opiniões, discussões e comentários sobre o estado da nação. É que mais do que aborrecer, desgosta a abundância de certezas, ideias justas, soluções, pontos de vista correctos, acusações definitivas, o deitar culpas, o apontar nos outros defeitos e injustiças.
Entristece pela inutilidade, o vazio. É divertimento dos senhores e senhoras das classes médias: classe média baixa, classe média média, classe média alta. Nem tido nem achado, o Zé Povinho fica de fora, que para ele não há lugar no divertimento, nem sequer é assunto do mesmo, a ponto que me pergunto de que ilusões se alimenta essa gente. Em que país vive? Que país quer? Que país constrói?
Será preciso repetir que Portugal é de todos nós? E o que sempre acontece quando alguns se julgam mais iguais do que os outros?