“A democracia partidária não é capaz de
resolver a questão da corrupção, pela simples razão de que os partidos são
seguramente os primeiros entre os autores e os beneficiários. Também
não é capaz, nem deve tentar, resolver a crise da justiça, pela razão evidente
de que a justiça necessita de autonomia e sobretudo de independência dos
magistrados em tribunal. Mas é decisivo saber que a justiça, não tendo relações
com a democracia partidária, deve submeter-se ao princípio da democracia e do
Estado de direito. Dramaticamente, a crise da justiça ajuda ao vigor da
corrupção. Quer isto dizer que a sociedade, as suas instituições, as suas
forças intelectuais e morais, a opinião pública e as aspirações de muitos, são
chamadas a procurar soluções e a encontrar o “caminho das pedras” para estas
tarefas de que tanto depende a nossa liberdade.” Aqui