Em volta de uma tragédia, resumindo conta-se assim: na manhã
da passada segunda-feira, num eléctrico no centro da cidade de Utrecht um homem dispara sobre os passageiros,
faz mortos e feridos, desaparece. Quase imediatamente começam os boatos.
Ouviram-no gritar Allahu akbar, mas pelos
jeitos trata-se de um crime passional. Passam-se horas de incerteza, as
autoridades nada dizem sobre o número ou
a identidade das vítimas, até que devido à improvidência de ter feito um telefonema o assassino é
descoberto e preso.
Gökman Tanis, 37 anos, turco e há muito residente na Holanda,
tem um passado de alcoolismo, criminalidade, assaltos, vendedor de droga,
culpado de roubos e violação e mais. Uns dias antes tinha sido mais uma vez preso
por um roubo numa loja, mas o juiz libertou-o “porque o suspeito tinha
prometido que se apresentaria às autoridades quando o chamassem para fazer um exame
psicológico.”
Depois de muitos boatos e secretismo, quase ao fim do dia
sabe-se que há 3 mortos e 9 feridos, alguns em estado grave. Na quarta-feira, finalmente, informam que os
mortos são duas raparigas e um treinador de futebol. Sabendo que o pai de uma
das raparigas não tem meios para lhe pagar o funeral, uma vizinha faz um apelo
nas redes sociais, resultando daí que dentro de poucas horas são doados cerca
de cem mil euros. Amanhã, sexta-feira, será organizada em Utrecht uma marcha
silenciosa.
Ontem houve eleições para o Senado. O grande vencedor foi um
partido recente, Forum voor Democratie,
que é pelo encerramento das fronteiras e até certo ponto próximo do PVV de Wilders, embora com um carácter menos
populista e daí apelando à classe média.
O futuro? Esperarmos calmamente pelo próximo atentado.