segunda-feira, setembro 20

"Schadenfreude"

 

                                      Sheriff Football Club

Talvez porque continuo interessado no que vai pelo mundo de pouco preciso para me divertir, mas nem todos os dias tenho a sorte de ver ou ler algo que realmente me surpreenda, e deixe a hesitar se aquilo é para rir, se devo sentir pena, ou regozijar-me pelo facto de que, comparado ao da Transnistria, o nível da corrupção em Portugal faz boa figura.

Os dados retiro-os de um artigo de Derk Sauer no jornal de Amesterdão Het Parool de sábado passado. Aí aprendi que a Transnistria é (era) de facto uma província da Moldávia, que em 1992 a Rússia transformou em nação. Na capital, Tiraspol, vivem 170.000 dos 470.000 cidadãos. Dois deles, que eram polícias no tempo da URSS, são praticamente os proprietários de todas as empresas do país, cuja economia funciona à base de corrupção e contrabando. Um deles, Viktor Gushan, “dono de metade do país”, fundou o Sheriff Football Club, que com um modesto orçamento de 12 milhões de dólares tem uma equipa sem jogadores nacionais, só “mercenários” oriundos da Brasil, da Grécia, da Colômbia, do Peru, do Ghana e do Luxemburgo.

Na passada quarta-feira o Seriff FC iniciou-se na Champions League num jogo contra o Schactar Donetsk, do que resultou um ganho de 16 milhões de euros, uma migalha em comparação com o que vão render os jogos contra o Real Madrid e o Inter Milan que em breve jogarão em Tiraspol.