Os ricos que paguem? Mas que ilusão é essa? Vais pagar
tu, de várias maneiras e continuará a ser em moeda de lei, mas bem mais caro
pagarás em liberdade, em dignidade, em paz de espírito, na perda do que ainda julgas
legal, bom, garantido. Por enquanto parece só agitação, gritaria, vandalismo,
uma quermesse de punhos estendidos e rostos desfigurados pela raiva e o ódio
que sempre sentem os justos, os que decidem qual é o lado bom da barricada,
aquele onde se defende a liberdade, igualdade, fraternidade da revolta e leva
sempre ao mesmo resultado de opressão e tirania. Mas eles não o sabem nem lhes
interessa saber, passam a História pelo filtro das suas ambições, das suas
raivas, das certezas que lhes dá a ignorância e o fanatismo. São cegos que não
querem ver, surdos que recusam ouvir, pena perdida querer mostrar-lhes a que
gulags leva o caminho por onde querem ir e te vão levar. Toma nota dos furiosos
que mais gritam, dos assanhados da igualdade, porque quando o tempo chegar verás
que são eles os novos mandarins, na linha da frente das benesses e dos privilégios.
Os “revoltosos” do Paris 68 e do maoísmo encontraram
todos onde se anichar, os seus filhos e netos provarão de novo que a luta pela “igualdade”
é o melhor caminho para as regalias. E tu, meu pobre irmão, ainda vais a tempo
porque isto é o começo, mas pagarás caro a teimosia de não quereres escolher o
lado bom da barricada.