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"Paguei caro". Num
desabafo ou resmungando, as mais das vezes em pensamento, quando se deitam
contas às peripécias da vida é frase que
nos sai em forma de autocomiseração ou arrependimento da tolice feita, de
estupidamente termos comido o queijo sem atentar na ratoeira.
Lá vem então o
"paguei caro", prometemo-nos cautela, mas é quase infalível que na
próxima voltaremos a cair no engodo.
Entre os meus vários maus
hábitos destaca-se uma certa falta de cuidado para com as pessoas, impaciência nos
subentendidos do trato social, uma incapacidade de usar os rodeios e fraseados que
escondem quanto se tem o coração perto da boca.
Daí resulta sempre
prejuízo ou paulada mais ou menos dolorosa, de que costumo fazer o balanço com o
já citado "paguei caro".
Recentemente,
estava a ponto de cair nessa choradeira, quando dei por
mim a sorrir, ingénuo e feliz como o garoto que compreende o ovo de Colombo. Desculpe quem lê, mas não vou adiantar.