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Começa a história em meados de
1946, com um amigo de meu Pai emigrado em Nova Iorque e que, finda a Segunda
Guerra Mundial, lhe escreveu dizendo que queria visitar a aldeia e que presente
gostaria que lhe levasse. Respondeu-lhe meu Pai que trouxesse uma máquina de
escrever, “o sonho do meu rapaz”, e assim me vi eu com uma Royal portátil em
que tanto e tão furiosamente escrevi que cinco ou seis anos depois lhe
começaram a cair as teclas.
Importante era a ilusão de que
aquelas letras antecipavam a alegria de um dia ver impresso um livro meu, mas
nem de longe imaginava que seriam vinte anos de espera.
Fabricada para os Estados
Unidos, o teclado da máquina desconhecia alguns acentos, mas esses colocava-os
eu pacientemente, de maneira a aumentar a ilusão de realidade.
O texto que segue é de 1948.
Perdoo-me os erros de ortografia com a desculpa de alguns serem causados pela
leitura de romances que datavam dos fins do século XIX e começos do século XX.
A respeito do conteúdo noto que finalmente cheguei à idade em que muito me
perdoo e consigo sorrir do sonhador que fui.
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