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“Tout casse, tout lasse, tout passe”,
e bem assim é, já três dias de descanso sem a Greta a arregalar os olhos de
carneiro mal morto e dedinho ameaçador a ganir “How dare you?”.
Descanso relativo, aliás, pois
aqui em Amsterdam, como noutras partes, temos a rapaziada da Extinction
Rebellion, a quem dá para melhorar o mundo incomodando o próximo, sentados
nos cruzamentos a impedir o trânsito.
Vem a Polícia, pega neles e
nelas de mansinho, enfia-os em autocarros que os levam para longe, mas um longe
relativo de vinte ou trinta quilómetros. Quando lá chegam já os papás e as mamãs
os aguardam, voltam a casa a horas para o jantar. A multa de trezentos euros
não compensa a Câmara da despesa feita com o despejo, mas serve à miudagem de atestado
revolucionário.
Estes e estas são os netos dos que vi nos dias
do Maio 68 parisiense e, tal como com os seus muito esquerdistas avós, mais cinco
ou dez anos estarão a melhorar o clima e a salvar o mundo no Goldman Sachs, na
Shell, na União Europeia e mais lugares onde o peluche das cadeiras elimina o
ardor revolucionário.