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Ando a perder amigos. Não acontece pela primeira vez, que a minha longa vida abre essa possibilidade, o curioso é haver no fenómeno uma regularidade estatística, como também é regular o desenvolvimento, duração e fim de certas amizades, dependentes que parecem ser da minha inabilidade para aceitar que nelas, como em certas formas de negócio, haja que dar desconto, "compreender", ser pronto na esponja, cultivar a amnésia.
Para meu mal dá-se o caso de ter nascido e crescido pão
pão queijo queijo, de modo que a alguns
amigos quase poderia, como se faz aos produtos, atribuir datas de validade,
tanto o seu procedimento se conforma à forma corriqueira de que não há amizade
sem proveito.
Felizmente, nem sequer tenho necessidades ou aflições,
porque esses que vou perdendo são dos que diriam: "A friend in need is no friend of mine."