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A modo de homenagem, e recordando, porque o
simpático senhor que lhe deu origem faleceu ontem, repete-se este texto
publicado em 6 de Junho de 2009.
É como num teatro. Sorridente, vem a acenar com uma casca de
árvore:
- Ora diga-me lá o que é isto.
- É uma casca de árvore.
- Muito bem. Mas de qual? De que árvore é que será esta
casca?
Não se lhe leva a mal o modo enfático, nem a cansativa
repetição do "Sou autodidacta, mas posso pedir meças a muito doutor que
anda por aí!"
Foi camionista em Moçambique, depois empresário, salvou-se a
tempo e vive dos rendimentos.
Entrega-me a casca:
- Pegue-lhe. Estou a ver que não sabe. Nem o que é, nem para
o que serve. E estudou! Olhe que eu posso ser um autodidacta, mas peço meças a
muito doutor! Então?
- De árvores entendo pouco.
- Pois isto é casca de salgueiro. Com esta casca já os
gregos da antiguidade faziam chá para as dores de cabeça! Foi daqui, tome nota,
foi daqui que saiu a Aspirina! Mas quem inventou a Aspirina?
- Procurando no Google…
- Google coisa nenhuma! A Aspirina foi descoberta em 1897
por um químico alemão, Félix Hoffmann! E eu tive a honra de conhecer o neto
desse senhor. Tive a honra de o ouvir contar como o avô…
Ai que lá vem a muito repetida história! Salva-me a carrinha
dos CTT. O jovial senhor Afonso abre a janela, diz que traz um registo e é
preciso assinar.