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Fácil é a queixa, o deitar culpas, o papel de vítima, encontrar razões para o que desagrada e desaponta. Fácil também é o encolher de ombros ou o virar as costas, o desinteresse, a ladainha do não tenho a ver.
Só que a vida, o dia-a-dia, não se comove nem se
interessa, não dá contas, desconhece garantias, prossegue num implacável desfiar
de hábitos e contratempos, alegrias passageiras, dores fundas.
Por isso de nada serve
a ilusão de ser timoneiro, o esforço de calcular bem a rota: muda o vento, vai
a barca ao fundo.