Não é primeira vez, nem ainda a última, que me toma o cansaço, o desalento, a estranheza de olhar as pessoas com quem estou, ouvir o que dizem e de súbito perguntar-me que força é aquela que me empurrou para longe abandonando o corpo, um autómato que responde, pergunta, comenta, dá a impressão de que realmente participa. Sou ali uma presença ausente, estranho que não reparem que repito as frases, que à maneira dos cegos fixei o sorriso e os olhos.
Oiço-me depois a dizer "Vou indo!", faço um aceno de despedida e com algum custo retorno ao corpo, perguntando-me por que motivo tem de ser assim, quantas vezes ainda irá acontecer.