Adolf Hitler está aí, mostra que estudou e refletiu, chega bem preparado, agora quer mais, melhor, o topo da eficiência. Não se vai contentar com uma nação como da vez anterior, quer o mundo inteiro, e se não sonha com mais é porque ainda não há maneira de sair do planeta.
Estudou Cristo e Maomé, mas com ele não haverá sermões aos pescadores nem conversa amena junto da tenda com os nómadas do deserto. Aos métodos da Inquisição deu uma vista de olhos, mas logo passou a Estaline e a Mao Tse Tung, depois do que analisou a sua própria intervenção na Alemanha, submetendo-se a uma severa autocrítica, concluindo que além de ter sido moderado na ambição os seus planos se mostraram caros, ineficientes e desastrosos, razões de sobra para uma abordagem bem estudada e original.
Em parte nenhuma o verão ou se lhe ouvirá o nome, a idade, onde nasceu, nem de que pais, como também não vai repetir a patetice do braço estendido, da suástica nas bandeiras, do passo de ganso nas paradas. Estará presente em tudo e em todos os recantos, mas refinou de tal modo a arte de delegar que será uma sombra, ninguém lhe apontará o dedo.
Nas raras vezes em que nisso pensa lamenta a ineficiência de algumas das medidas que tomou durante a reincarnação anterior (1889-1945), certo e seguro que tal não voltará a acontecer, como também não cometerá o erro grosseiro de querer eliminar um povo, quando a ambição de um tirano digno desse nome exige outra escala. Ninguém voltará a ver campos de concentração, medida que além de cara e ineficaz continua a macular o seu nome, quando está provado que basta o medo e a carneirada vai pelo seu pé direitinha para onde lhe mandarem e de lá não arreda. Outra bacoquice de que se arrepende, a de ter obrigado os judeus a usar uma estrela amarela, agora que está provado que no rebanho as ovelhas nem precisam de ukase para se diferenciar, elas próprias se alegram com a distinção da máscara.
Do que Adolf Hitler nesta sua reincarnação superiormente se orgulha e regozija é da aplicação que soube dar ao medo e da eficiência da estratégia. Não tem que fazer despesas com instalações de exterminação caras, ineficientes, e de má fama: diga-se-lhes que o vírus anda por aí à solta e os que não morrerem da infecção morrerão de medo e mais depressa ainda das doenças não tratadas e das consequências da grande miséria que a todos espera.
PS. A propósito de miséria parece que nos corredores da União Europeia nem tudo é paz e sossego. A perspectiva de os "repugnantes" terem de apertar mais o cinto do que em Março passado estava previsto, e o facto dos respectivos cidadãos olharem com azedume para ideia de sofrerem maiores impostos para pagarem a corrupção e a bandalheira, põe em risco a generosidade forçada. O dedo já não está no gatilho da "bazuca" e aquele a quem com razão alcunharam o "Manhoso" tem razões de sobra para noites em branco.