Na passada terça-feira, no Jornal das Oito da televisão oficial neerlandesa, numa entrevista na rua um cidadão exprimia ao repórter a sua surpresa, comentando que quando a gripe aparece há sempre alguém na família que é contagiado, adoece, fica de cama, e o mesmo acontece a colegas no trabalho, vizinhos, conhecidos, etc. Estranhava ele que na sua família, na sua rua, no bairro, mas também entre as suas relações e colegas não houvesse um caso de contágio de corona, nenhuma notícia de alguém hospitalizado por esse motivo, nenhum falecimento..
Levado pela curiosidade fiz uma rápida investigação na família e nalguns conhecidos e amigos, e tal como o "homem da rua" holandês obtive os mesmos resultados.
Queremos eu e ele dizer que não há corona, nem infecções, nem mortes? Claro que não. Ninguém vai negar os 300.000 que Trump ajudou a matar, os 200.000 que mal cabem nas valas comuns do Brasil, os cinco que anteontem faleceram em Portugal, a cautela que põe os franceses fechados em casa entre as 21 e as 6 horas, a obrigação tonta de usar máscara na rua, impedir que dentro de casa estejam mais de quatro pessoas, etc.
Vivemos um tempo trágico, um tempo de loucura e desigualdade, talvez que o viver assim nem valha a pena.