Em todos os partidos políticos se misturam os bons com os trafulhas, os ingénuos com os cínicos, os ladrões com os malabaristas, os ignorantes e os sabidos, pelo que de nada adianta apontar o dedo. Todos são da mesma massa, e embora sejam os políticos quem nos governa, não é deles que devemos esperar remédio e salvação, mas de nós próprios, do que temos de consciência cívica e social.
É de mau aviso a alegria dos que vêem a casa do vizinho a arder, o mesmo vale para a chança dos que esperam os confortos do poleiro. E desenganem-se uns e outros, pois é tudo de pouca monta e curta duração, no muito os clássicos dois dias, porque um cancrozito, um descuido na passadeira, e acaba o arraial.
Portanto, assim sendo, e de facto assim é, de que raio adiantam as palhaçadas, as soberbas, a ilusão de que semelhante gente deixa nome na História? Quando muito deixa-o nos jornais de hoje, os mesmos com que amanhã na Ribeira se embrulhará o peixe.