Nos dezassete anos que mantenho este blog, o dia de ontem foi dos raros em que nada apontei. Não por preguiça, desinteresse, ou falta de cortesia para quem o frequenta, sim pelo susto e acabrunhamento (Ah! As palavras mortas!) que me causou um interessante artigo no semanário Elsevier sobre a inteligência artificial, com o apropriado título de “ChatGPT” sonho ou pesadelo”.
Chocou-me e assustou-me o que li, mas não vou opinar, manterei a ignorância sobre a maravilhosa revolução digital que vai “transformar drásticamente os humanos e a sociedade”. Mas confesso que me divertiu ficar a saber que, entre outras maravilhas o “ChatGPT” vai, por exemplo, “ pôr fim às bizarras complicações da gramática da língua francesa”.
Aí chegado tive de sorrir, e procurei alívio na recordação de uma longínqua conversa com um amigo carioca, que estranhava o eu falar complicado, e me queria convencer a que conjugasse à sua maneira o presente do indicativo do verbo ser: eu é, tu é, ele é, você é, eles é.
Quem sabe se o ChatGPT já existia no Brasil nos anos cinquenta do século passado.