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Porque o conheço há muito, o estudo, vivo nele, lhe quero bem, quando deixei de acreditar em epopeias e descobrimentos concluí que Portugal era, é, um país de medricas. Disse-o tempos atrás numa entrevista, houve quem não gostasse, pressupondo que onde há crítica há desamor.
Assim não é, nem me vou apoiar nas conclusões do ING, banco holandês gigante, que num recente estudo aponta ser Portugal – digamo-lo em palavras simples e sem melancólicas estatísticas – um país onde quase nada se mexe, as pessoas vivem e morrem no mesmo emprego (quando o têm), moram e morrem na mesma casa, existem no que parece uma cautela generalizada, mas nada mais é que o medo paralisante que toca a vida das pessoas e as instituições.
Curioso fenómeno, descubro-o também em jovens colegas. Embora
talentosos, e até de gramática e vocabulário escorreitos, uma vez descoberto o
que julgam ser a fórmula do sucesso, infindamente a repetem, caem no maneirismo.
E ai do tolo, como eu, que se arrisca a avisá-los de que tropeçar não é ir em
frente: nunca mais lhe falam. O que não é grande perda.