(Clique)
Reverentes, mostrando uma conjunção de sensibilidades, eles falam da Agustina, da Sofia, do Hélder, e quem como eu está de fora maravilha-se com essa fineza do tratamento.
É facto que nem todos os nomes próprios se prestam à
veneração, os corriqueiros como José ou Miguel simplesmente desaparecem, temos
então o Saramago, o Torga, o Eça, indicando uma subtil diferença de grau de
apreço e intimidade.
Com gostosa malícia recordo o caso do amigo que, anos
atrás, na Feira do Livro de Frankfurt se viu à conversa num grupo de gente
dessa, onde se encontrava também Agustina Bessa-Luís. Habituado a outras
latitudes e outras formas de respeito, achou ele bem dirigir-se à festejada
tratando-a por "Dona Agustina".
Foi um pandemónio na comitiva. Dona Agustina! Que
estupidez! Ignorava o bruto que não era assim que se dizia? Que era sempre e
só Agustina?
O pobre diz que enfiou, acrescentando que evita contar o
caso, porque lhe apontam que, de verdade, dizer Dona Agustina é falta de respeito.