(Clique)
David Lagercrantz, autor de um bestseller, a biografia de Zlatan Ibrahimovic (2011), ao escrever a
continuação de Millenium, de Stieg
Larsson - "A rapariga apanhada na
teia de aranha” – dentro de poucas semanas tinha vendido 2.3 milhões de exemplares.
Semelhante êxito não se perdoa. David Lagercrantz
pertence à nobreza sueca, é rico, enquanto Stieg Larsson defendia os
necessitados, e assim foi que escassas horas
depois do livro estar à venda já o mais importante dos jornais suecos, Dagens Nyheter, publicava uma crítica
devastadora, acusando-o de "não ter respeitado a herança de Stieg Larsson".
Caiu-lhe também em cima a viúva (sempre elas!) e a
crítica da esquerda bem-pensante, politicamente muito correcta, não por
Lagercrantz escrever mal, mas porque um aristocrata não tem o direito de mexer
no Povo.
Quer o mafarrico que coisa de um mês depois Lee Child,
ele próprio festejado autor de thrillers,
escrevesse no The New York Times uma
elogiosa crítica do livro de Lagercrantz. E então não é que os críticos suecos
bem-pensantes mudaram de opinião e vêem um trabalho brilhante no que antes lhes
pareceu Skitprat?