Por vezes sente-se a vida por um fio, noutras é o sentimento de que as reservas de vitalidade estão a esgotar-se, alturas há em que a dores, as da alma mais que as do corpo, são faca de mau gume, embotada no corte e lenta na tortura.
Em torno do que sofre dobam-se as horas, agitam-se vidas, roda o mundo, alheio, indiferente, a ensinar que a solidão não é ameaça vã, mas realidade. E que das muitas formas que a existência da solidão conhece, a mais dura é a que obriga a manter as aparências. A fazer das tripas coração.