quarta-feira, agosto 11

Notíciário

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Poucos serão os países que, como a Holanda, mal há cataclismo no mundo pronto desatam os cordões à bolsa.

Um exemplo entre inúmeros: veio em 2004 o tsunami, num abrir e fechar de olhos o país inteiro correu a acudir, juntou-se tanto dinheiro – € 183.6 milhões – que tempos depois ainda sobravam € 700 mil e ninguém sabia o que fazer com eles.


Sete da manhã, ligo o rádio para as notícias. As inundações no Paquistão têm consequências mais graves que o tsunami e afectam uns catorze milhões de pessoas. O governo holandês doou € 1 milhão para as vítimas. Mau grado o temporal, os nove turistas holandeses que percorriam as montanhas da região puderam terminar sem problemas a excursão que tinham planeado e já regressaram ao hotel. Não vai haver peditório nacional, porque os responsáveis pela organização sabem, por experiência, que em tempo de férias não adianta pedir, pois a despesa ultrapassa a receita.


- E daí? - dirá você, com razão.

De facto nem a si nem a mim isto afecta. São notícias. Ouvem-se, logo se esquecem, é tudo longe e ambos temos mais em que pensar.