Levantei-me às seis, como de costume. Fiz a higiene que o corpo pede e fui-me a dar de comer aos gatos e aos cães. O sol nasceu. Tomei um pequeno almoço que é nada coisa nenhuma: copo de água, outro de sumo de laranja, xícara de café, tosta com uma fatia de queijo, tosta barrada de mel.
Liguei o computador. Mensagens? Zero. Spam? Duzentas e doze. Limpei. Uma oferta de “Webcam Girls for only $1 a day” que tinha escapado ao filtro, foi também para o lixo.
Alípio, o vizinho, setenta e sete anos como eu, atrela a carroça velha a uma burra mais velha ainda. Dou-lhe os bons-dias, falamos do tempo, olhamos o céu, despedimo-nos com um aceno.
Ninguém me espera. Não preciso de matar o bey de Tunis (quem ignora o que isso significa, que aprenda). Vai haver visita e almoço em família, o que preencherá duas ou três horas, mas sinceramente me pergunto o que vou fazer nas restantes. Porque tudo me desanima, e ainda nem são as nove da manhã.