(Clique)
Foi
daquelas paixões a que os românticos chamam avassaladoras. Casaram num país onde
as palmeiras se curvam à brisa, a areia das praias é branca, o sol brilha sem
falta, os indígenas sorriem como quando ainda havia Paraíso.
Surpresa na noite de núpcias: ela, virgem, pediu-lhe que esperasse. Esperou. Depois semanas, meses, torturado pelas forças contrárias do desejo, do amor, da decepção. Ela finalmente cedeu, mas a ocasião deixou em ambos má lembrança, o sexo viria a ser esporádico, sem alegria nem gozo.
Surpresa na noite de núpcias: ela, virgem, pediu-lhe que esperasse. Esperou. Depois semanas, meses, torturado pelas forças contrárias do desejo, do amor, da decepção. Ela finalmente cedeu, mas a ocasião deixou em ambos má lembrança, o sexo viria a ser esporádico, sem alegria nem gozo.
Parecerá bizarro, mas esses
são os mistérios da alma, viviam em paz. Depois a meia idade veio, e um dia,
por uma futilidade, a tempestade rebentou, gritaram-se os desesperos, as
raivas, as ilusões perdidas, as culpas mútuas, a recordação do amor que os
devorara.
Conta que nesse momento a poderia ter matado, mas à noite, na cama, quando os corpos por acaso se tocaram, amaram-se como tinham sonhado e nunca acontecera: com fúria, com paixão, acendendo todos os lumes, queimando neles o passado.
- É estranho, não é? – diz ele, parecendo estonteado pela confidência.
Conta que nesse momento a poderia ter matado, mas à noite, na cama, quando os corpos por acaso se tocaram, amaram-se como tinham sonhado e nunca acontecera: com fúria, com paixão, acendendo todos os lumes, queimando neles o passado.
- É estranho, não é? – diz ele, parecendo estonteado pela confidência.
Olha o relógio, e numa inesperada mudança pergunta-me o que penso de Trump.
................Publicado no CM e aqui.