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Já uma vez tratei de agendas aqui, mas com o correr do tempo
e o aumento dos anos, a agenda é menos uma anotação do tempo a vir, do que do
tempo a descontar, trazendo a insidiosa pergunta: quantos anos ainda? Ou serão
meses? Dias? Horas?
De nada adianta, embora me alarme sempre a notícia de
desastres, assassinatos e outras mortes súbitas. Teriam esses, ignorantes do
seu trágico destino, encontros marcados para o dia seguinte? A hora de alguém
que os esperava? Projectos que tinham?
Diz-se, brincando, que a vida são dois dias, mas não sabemos
em que a agenda, nem quem nela os aponta.