Tempo mal gasto, o de fazer balanços, olhar para trás, carpir derrotas, desilusões e contratempos. Mesmo a listagem de sucessos e benfeitorias não adianta nem conta, que o ontem irremediavelmente passou e, como às vezes se diz, o futuro a Deus pertence. Fica-nos o hoje, com alguns a remar contra a maré, outros deixando-se levar pela corrente, uns quantos fazendo o que podem para ver claro antes que a noite caia.
A isto se chama, e é, filosofar barato, mas talvez seja
de algum conforto o descobrir que na luta diária são iguais para todos as armas
com que nos defendemos do mais sorna e depravado dos inimigos: nós próprios.