sexta-feira, agosto 22

Влади́мир Влади́мирович Пу́тин

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Diz quem com ele priva que é distante como a Sibéria e mais frio do que o gelo, mas com os cães derrete e até sorri.

quarta-feira, agosto 20

Sinais no céu

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Depois de dias sombrios, e anos que os não via, aparece aqui um arco-íris. Ainda por cima duplo. Razão dobrada para me sentir agradecido ao céu e a quem me acarinha.

terça-feira, agosto 19

Johnson

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Samuel Johnson (1709-1784) é um dos escritores a quem recorro quando o nevoeiro da alma me impede de ver claro. Tenho o indispensável Life of Johnson, de Boswell, duas biografias, o seu curioso relato A Journey to the Western Islands of Scotland (quem o lê não se arriscará ainda hoje a ir para aqueles lados), e um grosso volume de citações.
Quando o nevoeiro me ensombra é neste último que pego, 'debicando' aqui e ali.
- A man who exposes himself when he is intoxicated has not the art of getting drunk.
- I am always sorry when any language is lost, because languages are the pedigree of nations.
- What is written without effort is in general read without pleasure.
 

segunda-feira, agosto 18

Ao que chegamos!

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É verdade! Ao que chegamos! Um puto de dezassete anos, ainda por cima familiar chegado, desconhece o respeito devido e as fronteiras da idade, sugere que eu descarregue esta foto de Bar Refaeli e a use como Wallpaper no meu PC. Ao que chegamos e onde isto irá parar!

domingo, agosto 17

'A Flor e a Foice' NL/BE

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Pequeninas coisas que fazem sorrir: a 2a edição neerlandesa de A Flor e a Foice, na FNAC em Bruxelas. Mais quarenta anos e talvez um dia também lá chegue a edição portuguesa.

sábado, agosto 16

O meu maior amigo


Há quem os arranje a todo o momento, os tenha desde a primária, desde sempre, há uma vida, e com subtileza, cuidado, sentido utilitário das conveniências, os saiba arrumar em graduações, finamente discernir entre o vagamente conhecido, um amigo, um bom amigo, uma grande amigo, o meu maior amigo, mais o que podem arranjar de permeio.
Isto para dizer da inveja que essa abundância me provoca, pois além de nunca ter sido de muitos amigos, sempre me foi mais fácil perdê-los do que encontrá-los.
Fui pouco de cafés, nada de clubes, capelinhas, igrejas ou tertúlias, e cedo dei conta que para angariar um número respeitável de amigos, além de carácter maleável se necessita também de uma certa arte no manusear o idioma, ser capaz de com a intonação, o gesto, o que com os olhos se exprime, a maneira de premir os lábios, torcer o nariz, dar às palavras aquele duplo ou mesmo triplo significado que é o código necessário para encontrar o bom comprimento de onda.
Falhei nisso mas, embora poucos, tenho amigos e amigas. Do que não sou capaz é de distingui-los por graus. Seria um insulto à amizade.

sexta-feira, agosto 15

Ó pudica Margarida!

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Pra arreliar a Margarida da esbórnia, com promessa de não reincidir.

quinta-feira, agosto 14

Os bastidores do meio ambiente

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São notícias destas que confirmam como é curioso este mundo e interessantes os seus bastidores.
Traduzo o final de um artigo do jornalista Syp Wynia no semanário neerlandês Elsevier de 09.08.2014):
"Sete anos atrás a Philips, juntamente com a Greenpeace, desenvolveu uma intensa actividade de lóbi em Haia e em Bruxelas para que (na Europa) fossem proibidas as lâmpadas incandescentes - às quais pouco ou nada se podia apontar - mas de modo a que (a Philips) pudesse ganhar dinheiro no fabrico e venda das lâmpadas LED e de poupança de energia. Que a Philips tenha agora decidido vender essas actividades, é daquelas coisas que nos deixam de boca aberta."

Esperemos pelas próximas lâmpadas, mais eficientes, muito 'verdes', funcionando a ar e vento, e de certeza mais caras. Viva a preocupação pelo meio ambiente e a saúde do planeta.
 

quarta-feira, agosto 13

Cuidado com a sujidade

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Entrou você aqui por acaso, é melhor que saia já, mas antes leia a opinião de Margarida Bentes Penedo sobre o post anterior (Bentes deve ser o ramo antigo e aristocrático dos humildes Rentes de quem nasci), compartilhe com a agravada senhora a repelência e aproveite para saborear a palavra "esbórnia":


PS. As aspas que a madame estranha estão no texto porque, quando Deus quiser, o mesmo poderá ser (re)lido num romance meu, provisoriamente intitulado  O 'Meças'.
 

terça-feira, agosto 12

Quarteto


"O Mercedes, uma pechincha, arranjara-lho o Penacova, que fazia biscates numa garagem, e foi mesmo como tinha garantido: azul, cromados, jantes de alumínio, só um dono,  poucos quilómetros, os papéis em ordem. E então, quando lho entregaram, o tal Meisner disse que era preciso festejar, fosse lá comer no sábado.
Perdeu-se, que nunca tinha ido pra aqueles lados, mas depois de muita volta encontrou: casa de dois andares, jardim, um luxo.
Estava o sujeito, a mulher e uma outra dos seus quarenta, forçuda, vestida de motociclista, já tinham começado por aquelas canecas de litro, cerveja boa, e deitaram-lhe o mesmo.
A petiscar disto e daquilo seguiam na conversava, ia topando alguma coisa do que diziam, mas era mais por acenos. Também não faria diferença, mesmo se os entendesse não havia de ser conversa pra ele, de certeza coisa de negócios, de vez em quando escreviam uns números e punham-se a discutir, tão distraídos que nem reparavam que tinha a caneca vazia.
Mas quando viram encheram-lhe outra, logo a seguir veio a comida, uma travessa de Sauerkraut, encheram-lhe o prato como se fosse pra dois. Já a tinha comido na cantina algumas vezes, mas tanta carne e tanto enchido nunca tinha visto, eles a rir, a gostar que mostrasse apetite, provasse tudo, a botar-lhe mais isto e mais aquilo, presunto, orelha, chispe, uma chouriça que sabia a cravinho, e outra vez couve, outra vez batatas, costeletas.
Farto, a rebentar, quando o alemão desapertou o cinto fez o mesmo, as mulheres à gargalhada, tocando-lhe na barriga quando vieram com o café e uma garrafa de aguardente que sabia a pêssego.
Ao segundo copo foi-se-lhe o tino e deve ter demorado a acertar, porque do depois só se lembra que tinham começado na brincadeira das cócegas, aos abraços, a meter a mão aqui e ali, ele a ver onde a coisa ia parar, quando deu conta estava sem calças, a da mota a chupá-lo, os outros já em pêlo a tirar-lhe a camisa.
O quarto parecia o barbeiro: espelho por todo o lado, até no tecto, e a cama,  não fazia ideia que as houvesse daquele tamanho, eles a engatinhar uns por cima dos outros, o Meisner aos berros, Ficken! Ficken!, a empurrá-lo pra cima da sócia, que essa pelos jeitos nem podia esperar e já estava na fressura com a amiga.
Aí sentiu que o filho da puta o queria enrabar, e não esteve com meias medidas: saiu da comadre, agarrou-o pela trunfa e assentou-lhe um directo na cornadura.
A mão a doer e meio zonzo da pinga, ficou à espera do que naquilo ia dar, mas ou o gajo estava ainda mais bêbedo do que ele, ou era maluco de todo, porque se pôs a arreganhar os dentes, como se estivesse no gozo, e ao fim deitou-se de costas, a lambuzar-se com o sangue que lhe escorria do nariz.
Vai não vai, porque ainda tinha vontade, quis meter o escovilhão na da mota, dar-lhe uma esfregadela como deve ser, mas essa também já estava perdida de todo, nem abria os olhos, quando acabou de se vestir estavam os três a roncar."

domingo, agosto 10

Quadro negro, giz e livros


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De uma entrevista de 12.07.2014, do semanário holandês Elsevier ao filósofo Alain Finkielkraut:
Elsevier: O senhor critica severamente o sistema de ensino e deseja que os professores reganhem o poder que antigamente tinham. Será isso ainda possível?
Finkielkraut: 'Numa democracia nem tudo pode ser democrático, e a escola certamente que não. Há diferença entre os alunos e os professores. Porque queremos que as crianças de tenra idade também participem, é-lhes dada a palavra sem ainda dominarem a língua. 
Por que razão se deseja suprimir o método clássico, em que o mestre fala? Porque há smartphones? Não precisam de aprender porque têm todo o conhecimento ao alcance da mão?
De modo nenhum, pois se não fizerem esforço para ouvir e aprender nada sabem. Não vejo porque razão devemos adaptar o ensino às novas tecnologias. Bem ao contrário, as novas tecnologias obrigam-nos a manter o ensino como sempre foi. Li há pouco que os dirigentes de grandes empresas tecnológicas como Yahoo e Facebook matriculam os seus filhos em escolas totalmente isoladas (da modernidade), sem computadores. Com quadros negros, giz e livros, estantes cheias de livros que se podem manusear. Esses já compreenderam.'

sexta-feira, agosto 8

Confissão


A Portugal terei sempre um amor de criança inocente, as suas paisagens continuarão a emocionar-me como seres vivos e queridos.
A língua-mãe é uma das grandes alegrias da minha vida e o instrumento que me orgulho de tocar.
Mas, pudesse eu, despedia-me da sociedade portuguesa, que me envergonha pela podridão, pelo desprezo do semelhante, a falta de sentido cívico e social, a cobardia, o servilismo com que aceita a lama e chafurda nela.

quarta-feira, agosto 6

"Montedor"

Ainda o não vi, e só chegará às livrarias a 5 de Setembro, mas a Wook anuncia,
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acrescentando: "... Ao longo das gerações são sem conta as famílias portuguesas em que há alguém como o triste protagonista de Montedor: rapaz sem futuro, com um passado apenas de sonhos, arrastando-se num presente que é uma verdadeira morte lenta. Malgrado a simplicidade das personagens e das cenas, há no romance uma tensão permanente, e pode-se com verdade dizer que quase cada página encerra um momento dramático ou antecipa uma tragédia, a qual, talvez porque raro chega a acontecer, cria um desespero cinzento, retratando bem, e cruamente, os medos e o sofrimento da sociedade portuguesa, passada e presente."

terça-feira, agosto 5

Curioso picadeiro



 
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Tribunal de 1ª Instância de Sittard, 25 de Fevereiro de 2000, Processo 2000,5465 (P.Abas)
Um bordel não é um local de empresa no sentido que lhe dá o artigo 1624 do Código Penal. Que a exploração de um bordel não possa ser considerada um artesanato no sentido do art. 1624 do CP dispensa argumentação. Um bordel não tem por finalidade fornecer alimentos ou bebidas, pelo que não se pode considerar como a empresa de um café ou restaurante.  A história legislativa não aclara se se trata de uma pequena empresa comercial. De acordo com a jurisprudência está fora de questão que se trate de um ponto de venda onde, de modo empresarial, se façam vendas a particulares. O juiz do tribunal de primeira instância inclina mais para a comparação com um picadeiro (Tribunal de Haia, 22 de Junho de 1983, Proc. 1983,2031) onde, em geral depois de combinação e contra pagamento, se pode agradavelmente montar um cavalo durante uma hora ou mais.
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Esta curiosidade foi retirada do site de uma jovem juíza holandesa que usa o pseudónimo Judge Joyce e se destaca pelo humor que encontra nas sentenças dos colegas.