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Desde que em 1983 raptou Freddy Heineken, o magnata da cerveja, Willem
Holleeder (1958), "O Nariz", é
de longe o fora da lei mais famoso da Holanda. Dos 35 milhões de florins (€ 16
milhões) do resgate pouco foi recuperado, e os onze anos de cadeia pouca mossa
lhe fizeram, pois uma vez livre iniciou uma sangrenta indústria de chantagem e
assassinatos, escolhendo para vítimas figuras proeminentes do tráfico da droga
e aqueles advogados, banqueiros, empreiteiros e industriais que lhes servem de
ponte para o mundo legal.
Não mata, manda matar, e não serão todas da sua
responsabilidade, mas o ano passado, só em Amsterdam foram dezasseis as liquidações, e vinte outras espelhadas pela Turquia, Bélgica, Espanha, República
Dominicana e Panamá.
Desde há dias que as suas próprias irmãs, suspeitando de
que não tardarão a ter a mesma sorte, revelam às autoridades o que dele sabem.
Espectacular foi ontem a confissão da mais velha, que do irmão ouviu que, por más contas, ele próprio mandara matar
o marido, seu comparsa no rapto de Heineken, e que vendesse a casa que tinha em
Espanha, pois queria o dinheiro para pagar os assassinos. Se o não fizesse,
deveria dizer-lhe o nome de qual dos dois filhos queria que ele mandasse matar
primeiro.
As confissões continuam. Há muito que os media não tinham semelhante filão.