Uns falam de bombagem, outros que é a hidráulica, os tímidos chamam-lhe DE (Disfunção Eréctil), quem gosta de franqueza refere-se-lhe simplesmente como impotência.
Por razões várias a ferramenta nega-se ao serviço, e aí o aflito deita mão à Viagra (sildenafil), à Levitra (vardenafil) ou à Cialis (tadalafil). A esta última chamam os connaisseurs “pílula do fim-de-semana”, pois a sua acção dura entre vinte e quatro e trinta e seis horas.
Até há uns dias atrás eu só conhecia essas maravilhas da ciência por ouvir dizer e a publicidade, mas o transtorno acontecido a um amigo pôs-me a par dos perigos dessas benfeitorias quando a hidráulica deixa de funcionar.
Com namorada fogosa, e temeroso de que o atacasse a DE – os vinte anos de diferença de idade justificavam a precaução - ingeriu ele uma dose de Cialis e, à cautela, um complemento de eficácia garantida, descoberto na internet.
Houve os preliminares, mas pararam a meio deles, porque o pior aconteceu: a ferramente não somente permanecia erecta, mas começara a endurecer de tal modo, e a tornar-se tão intensamente roxa, que o meu pobre amigo, tomado de pânico, correu ao hospital.
Aí submeteram-no a um tratamento que me parece simultaneamente indigno e cómico: furaram-lhe um buraco no membro para que o sangue pudesse escorrer. E aconselharam-no a que não repetisse a asneira.
Também o informaram de que, antigamente, se supunha que 80% dos casos de impotência fossem de origem psíquica, mas hoje é mais corrente a ideia de que 80% se deve a factores como os diabetes, a tensão arterial, aflições desse género… Você, claro que não, agora aquele seu primo que toma insulina…
Depois de tudo isto lembrou-me um outro caso, mas quem quiser saber dele terá de procurar o post de 23 de Março de 2007, com o título “Cartas registadas (5)”.