quinta-feira, janeiro 21

Porque será?

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A limpar o pó fui encontrá-lo entre os cerca de sessenta Livres de Poche espalhados aqui e ali. Não recordo que o tenha lido, o título nada me diz, o que sobretudo me surpreende é tê-lo comprado em São Paulo, numa altura em que a minha vida era uma de muita azáfama e grandes preocupações. Procura de distracção por certo não foi, menos ainda necessidade de leitura, que para isso me faltava vagar e vontade. Mas por quê, então? E porque será que a memória eliminou o momento?

 

quarta-feira, janeiro 20

Ettore Scola

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Há pessoas para com quem tenho dívidas impossíveis de pagar e Ettore Scola (10.05.1931 - 19.01.2016) é uma delas. Três dos seus filmes : C'eravamo tanto amati (1974); Brutti sporchi e cativi (1976); Una giornata particolare (1977) tiveram sobre mim um indescritível impacto.Vi-os não sei quantas vezes, descobrindo sempre algo novo, dando-me conta de como me influenciavam, ensinando-me a importância do justo detalhe, da sobriedade da descrição, do depuramento das emoções. Depois deles nunca o estilo da minha escrita seria o mesmo.
 



segunda-feira, janeiro 18

Confissões

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Confissões há que não faço porque, dando tempo à reflexão, concluo que aos olhos doutrem o resultado provavelmente será o contrário do desejado.
Calo algumas por receio, não vão julgar que me tomo por eleito, com sensibilidade mais fina e craveira alta. Por vezes fecho a boca no último instante, ao dar conta  que ainda as palavras não saíram todas, mas já o sorriso ou o esgar do outro me diz que tem opinião feita e sairei a perder.
De modo que me vejo num constante baloiço entre o desejo de comunicar, contar, confessar, e o temor de que o resultado não seja o que espero, talvez até se mostre contraproducente. É assim que, julgando-me falador passo por macambúzio, embora talvez nenhum dos qualificativos seja exacto e antes me caiba o de fala-só.     

sábado, janeiro 16

Não estás só

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Pudesse eu dar-te a mão, aliviar a dor, ser para ti quebra-mar. Estivesse no meu poder oferecer-te esquecimento, horas de paz, razões de esperança, guiar-te até ao porto de abrigo onde, largando âncora, voltasses a  encontrar repouso.
Olhas a rua e não compreendes o burburinho, a agitação, as razões daquela alegria, das pressas, dos sorrisos. É a que tão bem conheces, nela moras, mas que transformada pela melancolia parece estranha, uma aonde não pertences, cheia de desagradáveis surpresas e vagas ameaças.
 Ficarás à janela, absorta, perguntando-te o que terá acontecido para mereceres um destino de tantas sombras e falto de esperança, um em que as manhãs não são de luz, mas sempre de névoa.
Porque a dor ainda te prende de nada adianta gritar que não cedas ao desconsolo, deixes a janela, saias à rua. Mas, sabe-se lá, talvez te voltes e ao encarar-me dês conta de que não estás só.

quinta-feira, janeiro 14

O agora já é antes

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Já era difícil quando sabíamos menos uns dos outros e as novidades demoravam, hoje é de desorientar. Espicaçam-nos para que nada percamos – "Siga as notícias no momento em que acontecem!" – criando a ilusão de que não há vida se não nos mantivermos ao corrente, se nos desinteressarmos do tremor de terra no Punjab, do surto de gripe no Japão ou da queda nos preços do petróleo.
Querem que tudo nos interesse, e raro estivemos tão desinteressados, capazes apenas de surtos de entusiasmo, perdidos no superficial, no efémero, sem fôlego para acompanhar as modas, as tendências, as correntes, possuir os must-have de que nos asseguram que sem eles não há vida que valha a pena.
Os casos de assustar, as tragédias, as grandes calamidades, tudo entra na categoria do transitório, acontecem no agora, mas no momento em que nos damos conta já pertencem ao antes.   
                                                        
 

quarta-feira, janeiro 13

Qual Rubem Fonseca! Qual CM!



 
Criado em Terça, 12 Janeiro 2016 19:38
Última atualização em Terça, 12 Janeiro 2016 19:38

"Às 19h43min da tarde de segunda-feira(11), a guarnição dos soldados Adriano e Bitencourt (VTR 4058), davam um giro pela Rua Antônio Ribeiro dos Santos, bairro da Várzea, quando negacearam um elemento em uma moto de safadeza. O mesmo foi orientado a parar, porém ele foi ao sujo, e bateu em um veículo estacionado.
Detido foi identificado como Cleiton Ferreira, 20 anos, vulgo “Cleitinho” (velho chegado dos home com várias passagens). A placa consultada foi constatado registro de roubo no dia 21/12/2015, então ai está o motivo da fuga. A motoca foi recolhida, e o vida loca encaminhado a DP.

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Viaturas da PM foram acionadas na noite de segunda-feira(11), para conter uma rixa na Rua João Lemos Machado, bairro Morro Grande, após chegar ao local, se inteiraram dos fatos, e descobriram que Saulo Vieira Padilha, 40 anos, alugou parte da casa de Francisco Eduardo, 48 anos, para montar um boteco na Rua João Lemos Machado, bairro Morro Grande.
Devido à crise, e calote dos veacos o vivente não conseguiu pagar o aluguel para Francisco que foi cobrar a grana, na noite de segunda-feira(11). Ambos entraram em atrito e os ânimos se acalmaram em seguida, mas minutos depois 0h39min da madrugada de terça-feira(12), Saulo voltou com um galera aproximadamente 10 elementos, e passaram a apedrejar a casa e um veículo Ipanema. Saulo possuía em mãos um facão três listras e foi pra cima de Francisco que apanhou uma faca para se defender. O Pau comeu solto, Saulo desferiu dois golpes de facão nas costa de Francisco causando cortes superficiais, Francisco revidou e meteu um golpe certeiro no abdômen de Saulo, que foi retirado do local pelo bando. Viaturas estavam no local fazendo levantamento dos dados na residência, foram avisados que familiares levaram Saulo a emergência do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, porém não resistiu aos ferimentos e morreu. Francisco foi encaminhado à Delegacia de Polícia e ficou fechado."

Mais e melhor aqui.