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Ontem na estação do Pocinho, o cu de judas da linha do Douro. Uma dúzia de pessoas, se tanto, à espera do comboio da uma.
Ar enjoado, olhar desdenhoso, os dois parzinhos jovens, gente da cidade e aparentemente de meios - Armani aqui, DKNY ali, cheiros de Dolce&Gabanna – afastaram-se de nariz no ar, como que a não querer misturas com plebe.
Um deles merece fotografia: ele de calção de veludo azul com apliques e penduricalhos; perna fininha, peluda como de chimpanzé, terminando nuns ténis K-Swiss tamanho 45. Camisolão também azul, SCOTLAND impresso no peito em letras brancas. Barba rala à Che. Gel na cabeleira. Ela, magrinha, azedinha, vestida de transparências e umas calças das que terminam em muitos atilhos. Reeboks vermelhos.
Sinto-me paparazzo e não vou resistir: circulo, cerco, enquadro, foco... A minha mulher dá-me um encontrão, diz que devo ter vergonha, e lá se me foi o primeiro prémio de fotografia do ano.