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Contá-las não adianta, porque já foram muitas, mais de cinquenta, as vezes que me vi a receber livros meus, mas sensação intensa como a de segurar nas mãos o primeiro, não se repete. Há, contudo, ocasiões especiais. Ter ontem recebido aqui, onde tudo aconteceu, uma tão cuidada edição na minha língua do livro que, entre todos os que escrevi, me é o mais caro, causou algo muito próximo do minuto de silêncio.
Nesse minuto, que foi longo e solene, desfilaram os mortos do meu passado e senti-me, se é possível dizê-lo assim, humildemente orgulhoso de lhes pertencer.