Para poucos será
novidade que o mundo anda destrambelhado. Em certas ocasiões são tantas as
provas de desequilíbrio que não sabe a gente se deve rir, chorar, encolher os
ombros ou, tal Diógenes, sair à rua com uma lanterna, não como ele à procura de
um homem honesto, mas na esperança de dar com gente de bom senso.
Dias atrás li nos
jornais a novidade de que aqui na Holanda um grupo de activistas surinameses
exige o direito de mudar os seus nomes de família, pois tendo muitos deles
antepassados escravos receberam esses os nomes que lhes atribuíam os
proprietários das plantações. E então pergunto eu: que vai mudar neles se
mudarem o nome? Vão tornar-se amnésicos? Vão apagar o passado? Reescrever a
História? Subir de categoria social? Tornar-se indiferentes ao racismo?
Tenho sincera pena
que não se orgulhem das suas origens nem sintam honra pelos antepassados e o
que eles sofreram para sobreviver.