quinta-feira, junho 25

"O melhor do mundo"


“Ser o "melhor do mundo" é um coisa tonta, sobretudo quando somos nós próprios a dizê-lo. Teremos os melhores futebolistas do mundo? Seremos o melhor destino turístico do mundo? As melhores sardinhas do mundo são nossas? Os melhores poetas? O melhor bacalhau do mundo? Temos belas praias – serão as melhores da Europa ou do mundo? Teremos mesmo os melhores restaurantes do mundo? Somos os melhores do mundo a organizar a Web Summit? 
 Somos o grande milagre – os melhores do mundo, portanto – a resistir à Covid-19 e a fazer testes? Os nossos vinhos são bons – serão os melhores do mundo? 
 Sim, o vinho do Porto é maravilhoso, único, para mim o melhor – mas será o melhor do mundo? As nossas startups de tecnologia terão de ser as melhores do mundo?
À doença de sermos "os melhores do mundo" é preferível certa mediania: políticas decentes, menos aldrabices em geral, menos tolos a anunciar que somos "os melhores do mundo", uma doença que tanto nos deixa nos píncaros como nos leva à depressão, à rabujice e à subserviência cega por tudo e por nada. Isto pode ser muito pior do que a Covid. Ser o "melhor do mundo" é um coisa tonta, sobretudo quando somos nós próprios a dizê-lo. Teremos os melhores futebolistas do mundo?
Seremos o melhor destino turístico do mundo? As melhores sardinhas do mundo são nossas? Os melhores poetas? O melhor bacalhau do mundo? Temos belas praias – serão as melhores da Europa ou do mundo? Teremos mesmo os melhores restaurantes do mundo? Somos os melhores do mundo a organizar a Web Summit?
Somos o grande milagre – os melhores do mundo, portanto – a resistir à Covid-19 e a fazer testes? Os nossos vinhos são bons – serão os melhores do mundo?
Sim, o vinho do Porto é maravilhoso, único, para mim o melhor – mas será o melhor do mundo? As nossas startups de tecnologia terão de ser as melhores do mundo?
À doença de sermos "os melhores do mundo" é preferível certa mediania: políticas decentes, menos aldrabices em geral, menos tolos a anunciar que somos "os melhores do mundo", uma doença que tanto nos deixa nos píncaros como nos leva à depressão, à rabujice e à subserviência cega por tudo e por nada.
Isto pode ser muito pior do que a Covid.” 
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No blog de Francisco José Viegas no CM.