domingo, junho 21

A Greta falhou

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A Greta falhou o momento. A Greta do clima, a que andou por aí a arreganhar a fuça, insultando os mandarins com o seu How dare you? e eles de cabeça baixa, batendo no peito um mea culpa, mea maxima culpa, humildes, culpados e arrependidos para inglês ver. Ela, eles e o rebanho falharam o momento, mas como sempre logo surgiram alternativas, que de tão prestáveis  englobam as várias causas capazes de pôr as ovelhas de cabeça virada para o mesmo e único lado bom, o das várias formas de combate contra os muitos males: racismo, escravatura, violência policial, violência doméstica, sexismo, discriminação, desleixo ambiental, desprezo pela Mãe Terra e uns quantos mais, cabendo a cada grupo de ovelhas determinar qual desses pontos deve ter prioridade, o que por enquanto resulta em ineficiência e dispersão de forças.
Todavia, o mais provável é que haja união e o remédio não tarde, vêem-se indícios de que tudo está a correr no bom sentido, se bem que como sempre alguns falarão de exagero, para outros será melhor esperar, os fatalistas encolherão os ombros ao destino, pois o que tiver de ser será. De qualquer modo vale a pena atentar nos sinais, ver como as ovelhas já se ajoelham, erguem os braços, cerram o punho. Hinos ainda não têm, por enquanto só slogans, mas esse tempo há-de vir, e longe de mim querer ser adivinho, o que no meu peito fala é o medo de que já ande por aí um Adolf Hitler, um Joseph Staline ou, quem sabe, um Mao Tse Tung em que todos os sexos se reconheçam.

PS. Comparada aos que a antecederam essa figura vai encontrar menos dificuldade em submeter as ovelhas à sua vontade: bastará assustá-las com uma pandemia e a ameaça de lhes confiscar o telemóvel.