segunda-feira, setembro 8

O protocolo

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Na sua biografia de Estaline, Simon Sebag Montefiore conta o caso dum grupo de comunistas alemães que, nos anos 20, fizeram a então demorada viagem de Berlim para Genebra, onde iriam participar num congresso do partido.
Descendo do comboio descobriram com pasmo que, à saída da estação,  não havia funcionário que recolhesse os bilhetes. Temendo desobedecer ao regulamento, não meteram os bilhetes no bolso, nem saíram porta fora: continuaram na estação, não foram ao congresso e tomaram o comboio de volta.
Dias atrás, num bairro aqui perto, uma explosão de gás destruiu um prédio. Dois mortos, alguns feridos, umas dezenas de apartamentos danificados, o prédio terá de ser demolido.
Acontece que minutos antes da explosão os operários que ali trabalhavam tinham notado, e cheirado, uma fuga de gás. Porém, em vez, de avisar, alarmar, fugir, seguiram o protocolo, e o protocolo manda que em ocasiões assim nada se faça, além de telefonar e aguardar a chegada dos peritos.