terça-feira, setembro 30

A fixação anal

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É de sobejo conhecida nos povos nórdicos em geral, e no povo alemão em particular, o fascínio da fixação anal. Freud estudou-a em minucioso detalhe, os seus seguidores não se cansam de nos falar das consequências e complicações do fenómeno que toma conta de nós por volta dos dois anos, e pode depois descambar nas mais complicadas neuras.
Giulia Enders, graciosa jovem de 24, que terminará em breve o estudo de Medicina, decidiu tratar o assunto de forma igualmente científica, mas limitando-se ao funcionamento dos intestinos. Sobre isso escreveu um curioso, inteligente e interessante livro, Darm mit Charme, título que com ligeireza se poderia traduzir por O Charme da Tripa. Aí trata ela os interessantes, importantes e complicados aspectos da maquinaria intestinal, dá conselhos sobre a melhor postura para a defecação, (*) assusta-nos dizendo que 1 grama de fezes contém mais bactérias do que Terra conta actualmente de habitantes, que os intestinos se renovam cada duas semanas e, last but not least, que os micro-organismos intestinais influenciam o nosso humor e o nosso apetite.
Muito mais conta a jovem no didáctico compêndio, de que até agora na Alemanha se venderam para cima de 750.000 exemplares.
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(*) Desde há uns anos, os folhetos incluídos nos medicamentos holandeses que duma ou doutra forma referem a descarga intestinal, levam em conta a ignorância, de modo que cada vez que lá está escrito  "ontlasten" = defecar, à cautela põem entre parêntesis "poepen" = cagar.