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Lê-se nos livros, mostram-no os filmes, há sempre alguém
a contar que se não foi com ele ou ela foi com a avó, talvez o sogro, uma tia
daquelas que antigamente, por medo do resultado iam para o convento.
Acontece, mas tem fraca cabeça quem se deixa arrastar
pela paixão, ainda mais se ela (a paixão) o fulminar com a velocidade e as
consequências do clássico relâmpago.
Caso as pernas e o arrefecimento da cabeça o permitam, é
fugir a sete pés e dizer tarrenego, que do amor à primeira vista resultam males
que só quem por lá passou o sabe. Mas esses/as, em vez de contar a verdade nua
e crua, falam de noites de luar, praias das Maldivas, doçuras, ternuras,
engodam os tolos com a Branca de Neve e um garantido Happy End.
Serão eles os últimos a falar de desarrumo, loiça por
lavar, roupa pelos cantos, as pontas no cinzeiro, desencontros do corpo e da alma, aqueles copos de ontem à noite
meados de vinho.
Provavelmente é à segunda ou terceira vista que o amor
mostra se o risco vale a pena. Mas nessa altura já é tarde.
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