Porque será que certas imagens do meu passado mais remoto se gravaram na memória e constantemente vêm à tona como se tivessem um significado especial?
Um elétrico vazio num fim de linha, em Lisboa. Dois homens numa esplanada. Uma bicicleta verde encostada à parede da estação de Haarlem. A balança de uma mercearia. A porta de uma garagem em Angoulême. Um coreto. Uma ferradura gasta caída num caminho pedregoso. A lâmina de um canivete... Será possível que recordações tão banais encerrem uma forma de mensagem? Existirá um lixo da memória impossível de incinerar?