Eles conversam, dizem coisas filosóficas, põem a máscara da inteligência, a do espírito, e de súbito apercebemos a caveira da realidade no riso sem queixais, naquela ponta de cáries, na pedra que lhes borda as gengivas.
Cobrem-se com o fato apropriado, mas deixam-se trair pelo sapato que camba. Preocupam-se com a metafísica, os dramas da fome, e usam botinas frívolas com embutidos e correias, ponta em bico, tacão gasto.
O calçado e o estado da dentadura - dois fascinantes reveladores da personalidade.