Às vezes julgo que o que eu gostaria mesmo de escrever seria uma história de amor. Daquelas em que os amantes vão lentamente descobrindo a sua paixão. Uma história com fintas, obstáculos desmesurados, viagens a terras exóticas e abraços, noites de lua, beijos castos, famílias que se opõem mas acabam por se reconciliar. E finalmente o grande momento.
Penso isto, mas no fundo sei que jamais escreverei histórias de amor, aventuras, ou enredos complicados. O meu grande e inconsciente anseio também não é de facto o de escrever, mas de um dia recuperar a inocência com que antigamente lia.