Coitadinhos dos jovens, que com esta coisa do vírus se queixam que lhes roubaram os anos melhores, mesmo que ainda sejam só uns escassos oito meses. Claro, e com toda a razão, a juventude tem pressa, afinal esta vida são dois dias, mas leio aqui e ali que em todas essas grandes manifestações internacionais contra as medidas de confinamento se tem notado uma singular ausência dos mesmos jovens que às dezenas de milhar correm aos protestos do clima, da natureza, do bem-estar dos animais, e resmungam que "os velhos não têm mais que aceitar as consequências do vírus". Eles não? Será que julgam que os dias não correm e daqui a nada os velhos são eles? Não irei tão longe como por várias vezes li, que estas medidas da máscara e afins fazem pensar na estrela amarela que os nazis obrigavam os judeus a usar, mas não negarei que o espirito nazista de diversas maneiras mostra que já alegremente incubou, que muita cabecinha dia e noite ejacula à ideia de que por razões de "saúde e profilaxia" lhe ponham nas mãos um cassetete e se veja na rua a proibir, a multar, e de cada vez que a ocasião se der mostrar que não é só na América e com os pretos.
Enfim, tudo há-de passar, outros males virão que, por piores, hão-de fazer com que estes deixem saudade, e os anciãos desse futuro, jovens agora, se Alzheimer os poupar ouvirão os netos lembrar-lhes que quanto mais depressa desampararem a loja melhor. E que a eutanásia é indolor.