A vida é feita de
escolhas. Umas vezes conscientes, outras desastradas, ou então impostas por
forças e em momentos que fazem tábua rasa da vontade individual, do sonho, e
das ambições. Escolhe-se, há alturas em que se acerta, mas mesmo então não se escapa ao
amargo de boca de que se poderia ter escolhido melhor, meter por outro caminho,
aguardar um pouco antes de decidir.
Social e politicamente
estou de fora, tão de fora que observo mas nem no íntimo opino, encontro-me num momento em que recuso escolher. Porque política e socialmente
este carnaval português é um fim de festa, uma quarta-feira de cinzas que não
anuncia reflexão nem melhoria, mas a continuidade de meio século de jogo falso, do desdém pela
res publica e pelo que legitimamente deveria ser o interesse da nação.