terça-feira, maio 4

O que eu queria

O que eu queria era:

Que me deixassem em paz quando preciso de sossego.

Que me confortassem quando me sinto sombrio.

Que me ouvissem quando digo coisas sérias.

Que rissem das histórias engraçadas que conto.

Que gostassem também do bom livro que acabei de ler.

Que partilhassem a minha aversão por discursos.

Que não me moessem a cabeça com peripécias de futebol, campeonatos de ténis, enredos de telenovelas, histórias que a avó contava, a competência daquele cirurgião, casos como o da idosa que caiu do quinto andar e não quebrou nada.

Que não me recomendassem restaurantes nem vinhos.

Que parassem de elogiar Susan Sontag, Paulo Coelho, Isabel Allende, Penélope Cruz, a música dos Beatles, etc.


Mas enfim, como me faltam os meios para comprar uma ilha, terei de ir aturando o meu semelhante.


PS. Também me põem avesso os que se distinguem do vulgo entremeando na conversa ou na prosa umas frases em Inglês. Oh yes!